O ar que há dentro das igrejas poderia fazer mais mal à saúde que aquele à beira de uma rua movimentada, segundo uma nova pesquisa.
Cientistas holandeses afirmaram que o ar nas igrejas tem mais hidrocarbonetos policíclicos, que podem causar câncer, que o ar respirado em ruas em que passam 45 mil carros por dia.
O nível de pequenas partículas poluentes sólidas (PM10) nas igrejas estudadas é 20 vezes maior que o permitido pelas regulamentações européias.
O estudo, feito por uma equipe da Universidade de Maastricht, na Holanda, foi publicado pelo European Respiratory Journal.
Riscos no Natal
Os pesquisadores acrescentam que o mês de dezembro, quando as igrejas acendem velas para o Natal, poderia trazer ainda mais riscos aos pulmões.
Acredita-se agora que a saúde respiratória é colocada em risco diante da chamada "poluição interior" dentro de casa, no trabalho e em outros espaços fechados.
A equipe holandesa decidiu verificar a qualidade do ar nas igrejas, já que elas são muito pouco ventiladas e têm velas e incensos queimando durante todo o dia.
Eles analisaram a concentração de partículas no ar de uma pequena capela e de uma grande basílica em Maastricht, após deixarem queimar as velas por bastante tempo e simularem um serviço religioso com o uso de incenso.
Os cientistas observaram que, após deixar as velas acesas por nove horas, o ar da igreja continha níveis de concentração de partículas PM10 de 600 a 1000 microgramas por metro cúbico – mais de quatro vezes o nível aferido antes da missa matinal.
Isso significa 12 a 20 vezes a média de concentração permitida pelos padrões europeus para um período de 24 horas.
Radicais livres
O estudo também identificou no ar vários tipos de radicais livres, inclusive alguns que não haviam sido documentados antes.
Os radicais livres são moléculas altamente reativas que fazem mal ao tecido do pulmão e podem provocar ou piorar reações inflamatórias e doenças respiratórias como asma ou bronquite.
Os pesquisadores afirmam que os padres e pessoas que trabalham dentro de igrejas por longos períodos enfrentam riscos maiores que os fiéis que freqüentam as igrejas.
Assim mesmo, pessoas devotas que passam muitas horas por dia no local também poderiam ser afetadas.
Um porta-voz da Igreja Anglicana afirmou que, durante cerimônias em que são queimadas velas ou incenso, as portas das igrejas costumam ser deixadas abertas, com pessoas entrando e saindo do local.
Ele acrescentou, porém: "Este estudo certamente precisa de mais investigação, e continuaremos atentos".
sábado, novembro 20, 2004
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